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2.11.07

Dia de Finados


DE FINADOS

Ás vezes e são muitas, nem me reconheço mais.
Meus pensamentos se compõem, se transformam
Nem sei onde, nem como, nem quando, exatamente.
Mas transmutam-se, sem culpas,
E alcançam o hoje.
Sou uma evasão de quase tudo que julgava ser
E um agregado mental do que deixaram prá mim.
Ah! Como me transformo, me descreio
Não sou mais aleluias.
E de todas as sextas, acredito que nenhuma é santa.
E os finados corpos, meus amados,
Não creio mais que nas suas covas jazem
inertes, sem sentido, parados,
Pois estão comigo em movimento
Compondo a minha identidade.
Por que cultuar dos que se foram, os ossos,
Se estão comigo, nos pensamentos
Me transformam a mente
E ainda digo que não sei
como
quando
onde me transformo
Sabendo bem como foi: a cada partida de alguém
No quando: naqueles dias de lágrimas
No onde deste mundo em que reinvento
A vida transformada.
Que finados? Que nada!!
Se acreditava que era dia de saudade
Descubro que saudade não tem data.
E faz da gente uma pessoa transformada

Ah! Como me transformo, me descreio
Não sou mais aleluias.
E de todas as sextas, acredito que nenhuma é santa.
E os finados corpos, meus amados,
Não creio mais que nas suas covas jazem
inertes, sem sentido, parados,
Pois estão comigo em movimento.
Compondo a minha identidade.

Maria Helena Vargas da Silveira

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